quinta-feira, 28 de maio de 2015

FILME OS MISERÁVEIS


FILME "OS MISERÁVEIS"

Os Miseráveis” (Les Misérables), adaptação da grande obra do escritor francês Victor Hugo (1802-1885) passou despercebida pra muita gente ou, pelo menos, foi esquecida na estante de muitos colecionadores de DVDs. Depois de viver 19 anos preso e trabalhando arduamente em pedreira por roubar um pão, Jean Valjean (Liam Neeson) procura uma casa para alimentar-se e se proteger do frio. Dez anos depois, já reintegrado, Valjean é dono de uma fábrica e prefeito da uma cidade. Sua vida pacata é colocada à prova quando o inspetor Javert (Geoffrey Rush), seu algoz dos tempos de pedreiras, é encaminhado para o mesmo distrito em que vive Valjean. Certo de que o prefeito daquele lugar é o mesmo prisioneiro que ele tanto açoitara, Javert fará de tudo para que o bom homem seja desmascarado. Em meio a isso, Valjean ajudará Fantine (Uma Thurman), uma ex-funcionária de sua fábrica, que fora demitida após descobrirem que ela é mãe solteira. Tendo que conseguir dinheiro para sustentar sua filha, Fantine se vê obrigada a vender seus cabelos (no livro ela também vende até os dois dentes da frente) e se torna prostituta. A adaptação para o cinema, feita pelas mãos de Rafael Yglesias (“Água Negra”) tenta encontrar um equilíbrio aceitável ao perpassar a obra. “Os Miseráveis” é claramente dividido em dois polos. Em um, mostra o envolvimento entre Jean Valjean e a prostituta Fantine. No outro, mostra sua relação com Cosette, já crescida, mais ainda com a figura de Javert sempre em seu encalço. No decorrer da história, é perpassado os núcleos que tiveram iguais importância nos escritos de Victor Hugo, como o motim de 1832, as barricadas levantadas na rua Saint-Denis e o poético antagonismo entre Valjean e Javert. Dirigido de maneira acadêmica pelo dinamarquês Bille August, “Os Miseráveis” ilustra muito bem a grande tese de Victor Hugo, tão perspicaz para o contexto histórico de sua época. A grande sacada é a discussão sobre os direitos das pessoas que vivem à margem da sociedade. Até onde vão os seus direitos, visto que são subjugados por não terem bens materiais ou culturais. 

O CORCUNDA DE NOTRE DAME

O CORCUNDA DE NOTRE DAME

Sinopse: Victor Hugo foi o maior poeta romântico da França e um dos seus maiores prosadores. Produziu várias obras-primas, entre elas o romance medieval O Corcunda de Notre Dame (1831).A história é centrada na tragédia do corcunda Quasímodo e da cigana Esmeralda. É no interior da grande catedral gótica e nos labirintos das construções de Paris que se desenrola a terrível história de paixões impossíveis de seus personagens.Victor Hugo reuniu magistralmente em seu famoso romance religiosos e vagabundos, ciganos e nobres, padres e leigos — heróis e vilões. Com poderosa imaginação criadora, Hugo desperta em seu leitor as mais variadas emoções: do profano ao sagrado, do grotesco ao sublime.A história teve várias versões cinematográficas.
Esmeralda era uma bela cigana que dançava nas ruas e realizando truques com uma cabra. Sua imensa beleza transtorna o arquidiácono Frollo que ordena o sineiro, o disforme Quasímodo, rapte a cigana. O arcediácono era a única pessoa que Quasímodo conhecia e o amava a ponto de fazer tudo o que lhe fosse pedido, no entanto os planos de Frollo foram frustrados por causa do Capitão Febo, que surgiu com seus soldados prendendo o sineiro e salvando a cigana.
Quasímodo foi atado ajoelhado a uma roda e chicoteado. Com os olhos semiaberto ele viu o arquidiácono vir em sua direção e sorrir. Ele estava convicto de que o sacerdote o salvaria, mas ao invés disto Frollo desaparece em meio a multidão. Mais tarde ao clamar desesperadamente por água, as pessoas que o rodeavam riram e lançaram pedras contra ele. Porém Esmeralda surge com uma xícara de água comovendo-o profundamente.
Ao se reencontrar com o capitão Febo, a cigana demonstra a este todo o sentimento que vinha nutrindo em relação a ele desde o seu salvamento. Apesar de casado, o capitão marca o um encontro com Esmeralda em um local fechado e ao se aproximar para beijá-la é apunhalado por Frollo, que havia seguido-o. Acusada pelo assassinato, a cigana é levada para prisão sentenciada a pena de morte. 
Ao ser levada em praça pública para seu enforcamento, Quasímodo surge prontamente por uma corda levando-a para Catedral, onde estariam seguros pela lei de abrigo. Gringorie, um poeta com quem a cigana havia forjado um casamento, planeja salvá-la com a ajuda de vagabundos que simpatizavam-se por ela. Quando os vagabundos surgem para salvá-la acabam sendo atacados por Quasímodo, cujo o porte e a força descomunal  permitem-no que lute sozinho, até o instante em que os soldados do rei chegam amedrontando-os e fazendo-os desaparecer.
Em meio ao tumulto, Frollo aproveita para fugir com Esmeralda e tentar seduzi-la. Enfurecido com sua recusa, o arquidiácono a abandona e ao ser encontrada pelos soldados é encaminhada novamente para execução. Do alto da catedral Quasímodo e Frollo assistiram a execução e ao ver o sacerdote sorrindo, o sineiro se enfurece empurrando-o telhado abaixo e desaparecendo para sempre. Muito tempo depois enquanto os soldados procuravam por um corpo qualquer, no local onde Esmeralda havia sido sepultada, são encontrados dois esqueletos abraçados, um deles com uma deformidade eminente nas costas. O homem a quem esse esqueleto pertencia viera até ali e ali morrera abraçado a jovem. Na tentativa de desprende-lo do esqueleto a que se abraçava, desfizeram-se ambos em pó.

DOMINÓ LITERÁRIO

Aí está o meu Dominó Literário! Gostei da experiência, ficou bem bacana...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

RESUMO: O FEITIÇO DE ÁQUILA


RESUMO: O FEITIÇO DE ÁQUILA

Há muito tempo atrás, precisamente no século XII, havia uma cidade chamada Áquila, governada por um corrupto bispo que nutria uma paixão doentia por uma bela mulher chamada Isabeau. Esta, no entanto, amavaa e era amada por  Etienne, o belo capitão da guarda especial do bispo. O invejoso e mal amado  sacerdote descobriu a verdade sobre o amor dos dois e fez uma barganha com o demônio, que deu ao seu novo “convertido” o poder de conjurar uma terrível maldição sobre os dois amantes.
Para sempre, dali por diante, Isabel seria um belo falcão durante o dia, retornando à sua forma humana à noite. O pobre Etienne, por sua vez, permaneceria humano durante o dia, se tornando todas as noites um esperto lobo. Apenas no exato momento do nascer do Sol os dois poderiam ter por instantes o vislumbre do que outrora foram. Exilado na tristeza, Etiene cavalga em seu garanhão negro Golias pelos campos da Europa com o falcão ao braço – e à noite, na forma de lobo, seguia sua bela amada humana.
O tema universal do amor impossível é o fio condutor dessa história filmada quase que totalmente no norte da Itália. O Feitiço de Áquila foi dirigido por Richard Donner ( “Super-Homem – o filme). Com um ótimo elenco, incluindo Rutger Hauer (Blade Runner) como Etienne, Michelle “eterna mulher Gato” Pfeiffer como Isabeau, John Wood como o obsessivo bispo e Phillipe Gaston, o jovem  e ágil ladrão conhecido como “rato”, amigo de Isabel, Matthew ” Vivendo a vida adoidado e projeto secretos macacos” Broderick. Que são extremamente capazes de segurar esse roteiro nas costas, mesmo com as falas no original, muitas vezes de uma poesia exagerada.
O jovem Broderick parece ter tido muita liberdade para trabalhar suas tiradas cômicas que tanto eram desejadas pelo público desde suas anteriores comédias de sucesso, pois seus diálogos não sugerem um comportamento medieval, mas sim contemporâneo. Seu trabalho aqui é o contraponto cômico de todo drama e sofrimento que os protagonistas sugerem. Já no fim da história, quando as coisas já estão muito difíceis para Phillipe, Isabeau e Etienne (que acabou de invadir a fortaleza de Áquila para matar o maléfico bispo), o senhor Broderick nos brinda com um dos momentos mais  inteligentes da história, ao falar diretamente com Deus (como faz durante todo o filme) de forma irônica, mas respeitosa:
O senhor Hauer, com seus olhos de um azul pálido e na época com um físico impressionante, é um perfeito cavaleiro andante e a senhorita Pfeiffer, que provavelmente é uma das mulheres mais lindas de todos os tempos, é certamente a pessoa certa para se enfrentar a danação eterna por ela. Sua presença, etérea e erótica, é tão marcante no filme que mesmo quando está sendo representada como o falcão ela parece estar ali na tela. O senhor Wood é odiosamente perfeito como o bispo maldito e o ator Leo Mckern, que faz o velho padre Imperiux, que com a sua língua grande foi o responsável pelo inferno que os amantes passaram a viver e por isso passa seus dias afogando a vergonha em álcool, é quem no fim se torna a chama de esperança que esses jovens amantes precisavam para finalmente serem felizes, pois descobre que um futuro eclipse poderá desfazer o feitiço.
O cavaleiro e a jovem dama funcionam no filme como uma metáfora para o sol e a lua, que assim como os dois pombinhos (ou  melhor, o falcão e o lobo) nunca se encontram. Desta forma, o sempre atraente tema do amor impossível toma formas ainda mais dramáticas, impossibilitando até mesmo o contato físico entre os dois amantes. Os animais em que ambos se transformam foram cuidadosamente escolhidos, afinal o falcão é um conhecido símbolo de beleza, enquanto o lobo é um animal normalmente solitário, além do fato de ambos serem monogâmicos.
A terrível maldição que assola o casal é repleta de simbolismo e é um prato cheio para provocar lágrimas nos casais apaixonados. O previsível final feliz neste caso é muito bem-vindo e agrada em cheio quem o assiste, que testemunha durante quase todo o tempo o sofrimento quase palpável de Navarre e Isabeau, aliviado apenas pela simpatia do divertido Gaston. O Feitiço de Áquila é simpático o suficiente para atrair a atenção do espectador e a linda história de amor que o embala é inegavelmente envolvente. Além do fato, meu caro devoto, que tem a Michelle Pfeiffer!

ROMEU E JULIETA



RESENHA DO FILME ROMEU E JULIETA
AUTOR: MARCOS TAVARES

Romeu e Julieta traz a clássica história de amor entre Romeu, filho de Montéquio, e Julieta, filha de Capuleto, principal rival dos Montéquio. Em um baile de máscaras na cidade de Verona ambos se apaixonam perdidamente sem ao menos saber quem são um ao outro. Em contrapartida às ordens de seus parentes, Romeu e Julieta resolvem viver este paixão explosiva e desesperançada., op que acaba po grar um conflito armado entre as duas famílias, que acaba em morte. No ápice do amor e do desespero, e com Romeu já expulso da cidade, ambos resolvem se casar às escondidas com a ajuda de Frei Lourenço. Porém, o que o casal não sabia era que tal decisão provocaria enormes percalços que levariam a suas próprias mortes.

Este livro é simplesmente LINDO. Confesso que esperava mais um romance água com açúcar, uma vez que esta é uma das histórias mais lidas, comentadas e debatidas de todos os tempos. Porém, mais uma vez, Shakespeare me surpreendeu com um enredo lindo, completo, cheio de narrativas, ação e um romance incrível.

Em algumas partes do livro a história se torna um pouco monótona e chata. Algumas falas são muito compridas, característica do autor, mas não atrapalham o entendimento da mensagem. Como eu disse acima, apesar da história ser bastante conhecida, ainda surpreende bastante o leitor em determinados trechos. O Romeu do livro perde bastante o status de príncipe encantado, que os filmes e peças insistem em colocar, assumindo um lado mais humano, autêntico e mordaz. Romeu é um assassino no livro, porém o mesmo comete um crime motivado pelo seu amor à Julieta. O final é uma das cenas mais lindas que eu já li na vida. Não cheguei a chorar, mas fiquei extremamente emocionado.

Recomendo Romeu e Julieta a todos os que, como eu, estão desacreditados no amor entre as pessoas. É mais um livro que, depois de lido, o mundo (e sobretudo as pessoas) será visto com outros olhos.

HAGIOGRAFIA DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

Hagiografia de Santo Antônio de Pádua

No dia 13 junho, a Igreja Católica celebra o dia de Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares, venerado não somente em Pádua, onde foi construída uma basílica que acolhe os restos mortais dele, mas no mundo inteiro. São estimadas pelos fiéis as imagens e estátuas que o representam com o lírio, símbolo da sua pureza, ou com o Menino Jesus nos braços, que lembram uma aparição milagrosa mencionada por algumas fontes literárias.
Santo Antônio Nasceu em Lisboa, em uma família nobre, por volta de 1195, e foi batizado com o nome de Fernando. Começou a fazer parte dos cônegos que seguiam a regra monástica de Santo Agostinho, primeiramente no mosteiro de São Vicente, em Lisboa, e depois no da Santa Cruz, em Coimbra, renomado centro cultural de Portugal. Dedicou-se com interesse e solicitude ao estudo da Bíblia e dos Padres da Igreja, adquirindo aquela ciência teológica que o fez frutificar nas atividades de ensino e na pregação.
Em Coimbra, aconteceu um fato que mudou sua vida: em 1220, foram expostas as relíquias dos primeiros cinco missionários franciscanos que haviam se dirigido a Marrocos, onde encontraram o martírio. Esse acontecimento fez nascer no jovem Fernando o desejo de imitá-los e de avançar no caminho da perfeição cristã: então, pediu para deixar os cônegos agostinianos e converter-se em frade menor. A petição foi acolhida e, tomando o nome de Antônio, também ele partiu para Marrocos. Mas a Providência divina dispôs outra coisa.
Devido a uma doença, Santo Antônio se viu obrigado a voltar à Itália e, em 1221, encontrou São Francisco. Depois disso, viveu por algum tempo totalmente escondido em um convento perto de Forlì, no norte da Itália. Convidado, casualmente, a pregar por ocasião de uma ordenação sacerdotal, Antônio mostrou estar dotado de tal ciência e eloquência, que os superiores o destinaram à pregação. Começou, assim, na Itália e na França, uma atividade apostólica que levou muitas pessoas que haviam se separado da Igreja a retomarem sua participação e engajamento na vida eclesial.
Nomeado como superior provincial dos Frades Menores da Itália Setentrional, Antônio continuou com o ministério da pregação, alternando-o com as tarefas de governo. Concluído o mandato de provincial, retirou-se para perto de Pádua, local em que já havia estado outras vezes. Depois de apenas um ano, morreu nas portas da cidade, no dia 13 de junho de 1231. Pádua, que o havia acolhido com afeto e veneração em vida, prestou-lhe sempre honra e devoção.
Nos "Sermões", Santo Antônio discorre sobre a oração como uma relação de amor, que conduz o homem a conversar com o Senhor, criando uma alegria que envolve a alma em oração. Antônio nos recorda que a oração precisa de uma atmosfera de silêncio, que não coincide com o afastamento do barulho externo, mas é experiência interior, que procura evitar as distrações provocadas pelas preocupações da alma. Para Santo Antônio, a oração se compõe de quatro atitudes indispensáveis que, no latim, definem-se como: obsecratio, oratio, postulatio, gratiarum actio. Poderíamos traduzi-las assim: abrir com confiança o próprio coração a Deus, conversar afetuosamente com Ele, apresentar-lhe as próprias necessidades, louvá-lo e agradecer-lhe.
(Extraído e adaptado da Catequese do Papa Bento XVI no dia 10 de fevereiro de 2010)
Santo casamenteiro
Assim é invocado pelas pessoas que desejam se casar e lembrado pelo nosso folclore. Não se sabe qual a origem dessa devoção. Talvez esteja ligada a algum milagre feito pelo santo em favor das mulheres, por exemplo, quando fez um recém-nascido falar para defender a mãe acusada injustamente de infidelidade pelo pai.
Mas há outro episódio com explicação mais direta. Certa senhora, no desespero da miséria a que fora reduzida, decidiu valer-se da filha, prostituindo-a, para sair do atoleiro. Mas a jovem, bonita e decidida, não aceitou de forma alguma. Como a mãe não parava de insistir, a moça resolveu recorrer à ajuda de Santo Antônio. Rezava com grande confiança e muitas lágrimas diante da imagem quando, das mãos do Santo, caiu um bilhete que foi parar nas mãos da moça. Estava endereçado a um comerciante da cidade e dizia: "Senhor N..., queira obsequiar esta jovem que lhe entrega este bilhete com tantas moedas de prata quanto o peso do mesmo papel. Deus o guarde! Assinado: Antônio".
A jovem não duvidou e correu com o bilhete na mão à loja do comerciante. Este achou graça. Mas, vendo a atitude modesta e digna da moça, colocou o bilhete num dos pratos da balança e no outro deixou cair uma moedinha de prata. O bilhete pesava mais! Intrigado e sem entender o que se passava, o comerciante foi colocando mais uma moeda e outras mais, só conseguindo equilibrar os pratos da balança quando as moedas chegaram a somar 400 escudos. O episódio tornou-se logo conhecido e a moça começou a ser procurada por bons rapazes propondo-lhe casamento, o que não tardou a acontecer, e o casamento foi muito feliz. Daí por diante, as moças começaram a recorrer a Santo Antônio sempre que se tratava de casamento.
Santo das coisas perdidas
Esta tradição é antiquíssima, encontrando-se menção dela no famoso responsório "Si quaeris miracula", extraído do ofício rimado de Juliano de Espira. Popularmente, o "Siquaeris" é mencionado como uma oração para encontrar objetos perdidos. A crença pode estar ligada a episódios da vida de Santo Antônio como este: Quando ensinava teologia aos frades em Montpeilier, na França, um noviço fugiu da Ordem levando consigo o Saltério de Frei Antônio, com preciosas anotações pessoais que utilizava nas suas lições. Antônio rezou pedindo a Deus para dar jeito de reaver o livro e foi atendido deste modo: enquanto o fugitivo ia passando por uma ponte, foi subitamente tomado pelo pavor, parecendo-lhe ver o demônio na sua frente que o intimava: "Ou você devolve o Saltério ao Frei Antônio ou vou jogá-lo da ponte para o rio!" Assustado e arrependido, o jovem voltou ao convento com o saltério e confessou ao santo a culpa.
O "pão dos pobres"
Essa prática consiste em doações para prover de pão os pobres, honrando assim o "protetor dos pobres" que é Santo Antônio. Uma tradição liga essa obra ao episódio de uma mãe cujo filho se afogou dentro de um tanque, mas recuperou a vida graças a Santo Antônio. A mulher prometera que, se o filho recuperasse a vida, daria uma porção de trigo igual ao peso do menino. Por isso, no começo, esta obra foi conhecida como a obra do "pondus pueri" (peso do menino). Outra tradição relaciona a obra do pão dos pobres com uma senhora de Tbulon, chamada Luísa Bouffier. A porta do seu armazém tinha enguiçado de tal modo que não havia outro remédio senão arrombar a porta. Fez, então, uma promessa ao santo: se conseguisse abrir a porta sem arrombá-la, doaria aos pobres uma quantia de pães. E deu certo. Daí por diante, as petições ao santo foram se multiplicando em diferentes necessidades. Toda vez que alguém era atendido, oferecia certa quantia de dinheiro para o pão dos pobres. A pequena mercearia de Luísa Bouffier tornou-se uma espécie de oratório ou centro social. A benéfica obra do "pão dos pobres" teve extraordinário desenvolvimento, com diferentes modalidades, e hoje é conhecida em toda parte.
Trezena
É uma "novena" de 13 dias, lembrando a data da morte de Santo Antônio. Também se lembra o dia 13 de cada mês, porque "dia 13 não é dia de azar, é dia de Santo Antônio". Outros lembram Santo Antônio nas quartas-feiras, dia em que foi sepultado.
(Extraído e adaptado dos Cadernos Franciscanos, "Santo Antônio e a devoção Popular", de Frei Adelino Pilonetto, Ofmcap).

RESUMO DA OBRA AMOR DE SALVAÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO

Amor de Salvação

Amor de Salvação é uma novela passional, considerada pela crítica uma das obras mais bem acabada do autor. A história relata lembranças que são contadas ao narrador pelo protagonista, em uma noite de Natal, após um reencontro entre os dois que não se viam há quase doze anos. Afonso e Teodora foram prometidos um ao outro, por suas mães que eram amigas desde os tempos em que estudavam num convento. Após a morte da mãe, Teodora vai para um convento e tem como tutor seu tio, pai de Eleutério Romão. Teodora e Afonso estão sempre em contato aguardando o tempo certo para casarem.
Afonso resolve estudar fora por dois anos. Teodora influenciada pela amiga Libana quer casar-se o mais rápido possível. A mãe de Afonso, D. Eulália, pede-lhe para aguardar. Mas com a saída de Libana do convento Teodora se desespera e resolve casar-se com seu primo, Eleutério, para libertar-se das grades do convento. Eleutério era o oposto a beleza de Teodora, era rude e vestia-se de forma hilariante. Apesar da grande tentativa de seu tio, o padre Hilário, em ensinar-lhe a ler, nada conseguiu. Vencido pela incapacidade de seu sobrinho, Padre Hilário desistiu afirmando que somente através de uma fresta no cérebro, aberta a machado, seria possível tal façanha. Teodora viveu em pompas, trajes de sedas, cavalos, bailes, etc., mas nunca esquecera Afonso, enviava-lhe cartas de amor mas nunca obtivera resposta.
Afonso sofreu muito com a notícia do casamento de Teodora, pediu a mãe permissão para se ausentar de Portugal. Contava sempre com o apoio e o consolo das cartas de sua mãe e sua prima Mafalda, que o amava pacientemente. Após anos de amargura, sofrimento e luta contendo-se diante das cartas de Teodora, para não fugir aos ensinamentos religiosos aos quais sua mãe o educou, foi fulminado pela influencia do amigo José de Noronha que o incentivou a escrever à Teodora. Relutou mas não conseguiu. A tal carta foi cair nas mãos de Eleutério, leu mas nada entendeu. Pediu então a um amigo ajuda para interpretá-la. A carta acabou sendo rasgada por Fernão de Teive, dando a desculpa de serem grandes sandices, após junto com sua filha Mafalda, reconhecer as intenções do remetente, seu sobrinho Afonso de Teive. Não conformado Afonso parte ao encontro de Teodora. Eleutério quando os encontra juntos, pede-lhes explicações.
Teodora responde-lhe que é uma mulher livre a partir daquele momento, e vai viver com Afonso. Passam momentos, ilusoriamente, felizes. Afonso abandona até a sua própria mãe para viver ardentemente esta paixão que sempre o consumiu. Sua mãe sempre afetuosa, apesar da grande tristeza, sustenta a vida luxuosa que Afonso tem ao lado de Teodora . Afonso quando fica sabendo da morte de sua mãe, através de carta escrita por Mafalda, se desespera. Teodora tenta consolá-lo, mas ele sente em suas palavras ironia e sente nojo de tamanho fingimento. Procura isolar-se de Teodora e dos amigos. Durante este período, Tranqueira, velho criado da família, alerta-o sobre as intenções do amigo José de Noronha por Teodora. No início se revolta contra o criado, mas acaba escutando-o e passa a observá-los. Encontra umas cartas que confirmam as suspeitas. Certo dia os pega juntinhos com gestos de muita familiaridade. Aborrece-se pede para que Noronha saia de sua casa. Teodora dissimulada como sempre, tenta enganá-lo, mas ele atira-lhe as cartas.
Teodora desmaia enquanto Tranqueira derruba Noronha na cisterna para vingar seu patrão. Afonso passa alguns dias fora de casa, quando retorna encontra uma carta de Toedora informando os pertences que havia levado consigo. Apesar de traído sente saudade da encantadora Teodora. Vende tudo e parte para Paris atrás de um amor que o salve. Gasta tudo o que tem. Por fim, pede ao seu tio Fernão para comprar-lhe a casa onde viveram seus pais e avós, pois não queria ofender a memória de sua mãe que o havia pedido, em carta antes morrer que não a vendesse. Mafalda com seu coração generoso e cheio de amor pelo primo, pede a seu pai que o atenda, e este assim o faz mas, com a condição de que a casa continuaria sendo de Afonso. Afonso afunda-se cada vez mais em seus vícios e extravagâncias a ponto de querer suicidar-se.
Tranqueira, que nunca o abandonou, percebeu sua intenção e disse-lhe severas palavras que o livraram de tamanha loucura. Mudou de vida, passou a trabalhar e a estudar com apoio de seu criado. Fernão de Teive adoece, e prestes a morrer pede ao padre Joaquim que vá a Paris entregar a Afonso, os documentos de propriedade da casa a qual comprara, apenas com intuito de ajudar o sobrinho. Após a morte de Fernão, Mafalda sentindo-se sozinha, resolve viajar com o padre Joaquim para Paris com a objetivo de juntar-se as irmãs de caridade. Quando o padre Joaquim encontra Afonso e conta-lhe da morte do tio, este chora e corre ao encontro da prima que ficara em uma hospedaria.
Mafalda conta ao primo sua decisão, mas padre Joaquim pede-lhes, pelo amor de Deus, que ao invés disso, casem-se. Afonso aceitou de imediato e agradeceu à Deus por ter ouvido os pedidos de suas mães. Afonso e Mafalda voltaram para sua cidade, casaram-se, tiveram oito filhos e foram muito felizes. Apesar do título “Amor de Salvação” a novela relata em quase toda sua extensão, um “amor de perdição” entre Afonso de Teive e Teodora Palmira. Ao “amor de salvação”, Mafalda, são dedicadas somente as ultimas páginas do romance.

RESUMO DA OBRA AMOR DE PERDIÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO

RESUMO DA OBRA AMOR DE PERDIÇÃO

A história de Amor de Perdição circunda-se na cidade portuguesa chamada Viseu, mas o enredo não se centra absolutamente em tal cidade, pois a alternância de cidades se faz presente à medida que o enredo da ficção avança deliberadamente.
Domingos José Correia Botelho era um fidalgo não muito rico que teve a prerrogativa e sorte última de se casar com a ilustríssima e formosa Srª Rita Teresa Margarida Preciosa. Esta senhora era a Dama da rainha de Portugal (a rainha D. Maria, também conhecida no Brasil como Maria, a louca) vigente na época em que começou a narrativa de Castelo Branco, por volta aproximadamente de 1779, seguindo, pois, suas respectivas sucessões temporais.
É justamente perto desta data apontada acima que Domingos Correia era juiz de fora da cidade de Cascais, mas posteriormente conseguiu transferência para Vila Real, cidade onde nasceu. Seria bom e gratificante exercer o ofício na terra onde foi concebido à vida, não fosse as incessantes e inoportunas reclamações de Rita Teresa, ainda saudosa de seus luxos monárquicos da corte de Lisboa, luxos estes que toda Dama do Paço usufrui e, estando em sincronia com suas perfeitas sanidades mentais, jamais quer abdicar.
Apesar dos queixumes de Rita Teresa, o casal ainda conseguiu ter cinco filhos: Manuel, Simão, Maria, Ana e Rita. Manuel era o mais velho dentre os meninos, e Rita a mais nova dentre os rebentos femininos.
Foi-se feita mais uma transferência do casal, agora para a cidade de Viseu, mas desta vez acrescida a uma promoção: Domingos Botelho tornou-se corregedor desta cidade.
Ambos filhos de Botelho eram universitários em Coimbra: Manuel estudava Direito; já o encapetado Simão ? que espezinhava a vida do Reitor e das autoridades da Universidade com seu gênio moleque e arruaceiro ? cursava Humanidades.
Só existe uma coisa na vida que é capaz de transfigurar a compleição congênita de um rapaz rebelde como Simão o era: esta coisa (embora este substantivo seja tanto quanto pobre e deficiente suficientemente para demarcar graficamente toda a extensão significativa da palavra a seguir) é o AMOR. Este sentimento totalmente inefável, inesperado, indescritível à guisa de meras palavras de qualquer língua, teve a façanha de arrebatar o coração sanguinário, rebelde e revolucionário de Simão, pois o filho mais novo do corregedor se apaixonara fervorosamente por uma vizinha chamada Teresa, uma menina de quinze anos de idade.
Infelizmente, para desespero dos leitores romântico-piegas, a paixão entre os dois jamais pôde se materializar, pois tanto a família de Simão quanto a de Teresa se opunha rigorosamente contra o firmamento da união do casal. O motivo disso era de ter havido entre os pais do casal uma antiga rixa e divergência jurídica entre ambos, fazendo permear  assim entre as duas famílias uma rivalidade mais caprichosa que a de cão e gato.
Simão e Teresa se comunicavam e trocavam suas afeições sentimentais unica e exclusivamente através de cartas. E foi por causa de sua comunicação missivista ? tão eficiente que poder-se-ia dizer que fazia inveja aos modernos e-mails de hoje ? que Simão decidiu fugir de Coimbra, interrompendo assim seus estudos acadêmicos, para ir a Viseu se encontrar às espreitas com Teresa.
O pai viúvo de Teresa, Tadeu Albuquerque, tinha um sobrinho fidalgo oriundo da cidade de Castro Daire chamado Baltasar Coutinho. Tadeu Albuquerque por motivos ambiciosos queria a todo custo o casamento de Teresa com fidalgo, mas sua filha recusava-o convencidamente, chegando a declarar explicitamente, para a raiva e descontentamento de seu pai, seu amor por Simão.
Se o romance de Teresa e Simão ainda persistisse, mesmo sendo por cartas, Tadeu estava convencido de mandá-la a um convento Sabendo disso ? através de uma carta ?, Simão teve a resolução  de se hospedar na casa de um conhecido seu, o ferreiro João da Cruz, este que se mostrou a todo momento sempre prestativo e disposto a ajudar Simão em qualquer coisa, já que, há tempos atrás, o ferreiro conseguiu se livrar da cadeia graças à intervenção jurídica do pai de Simão.
O ferreiro tinha uma filha chamada Mariana, “moça de vinte e quatro anos, formas bonitas, um rosto belo e triste”. Ela demonstrou, desde o início, total disposição para ajudar Simão no que fosse preciso, passando, além de ajudar Simão, também a admirá-lo e amá-lo. Mariana tinha um semblante melancólico porque predizia tristezas que aconteceriam com Simão caso ele continuasse com seu amor por Teresa, amor este obstruído por egoísmo e orgulho dos pais do casal:
“ ─ Não sei o que me adivinha o coração a respeito de vossa senhoria. Alguma desgraça está para lhe suceder…” Disse certa vez Mariana ao fidalgo.
Baltasar Coutinho passa a atormentar a vida de Teresa, querendo a todo custo seu consentimento para o casamento arranjado. Através de ameaças e com o aval de Tadeu, Baltasar se transforma em um estorvo na consolidação do amor do sofredor casal.
Depois de algumas tentativas não bem-sucedidas de encontro com Teresa, certa vez Simão viu-se cara-a-cara com o fidalgo Baltasar Coutinho. Ambos discutiram, e Simão ? com o intuito nobre e extremamente passional de livrar o estorvo da vida de Teresa ? atirara contra o fidalgo de Castro Daire, matando-o instantaneamente. Como conseqüência óbvia e imediata, Simão fora preso em Viseu após o fato, e Teresa transferida para o convento de Monchique, na cidade do Porto.
O pai de Simão nada fazia para tentar tirar o filho da reclusão. Era bem possível que se quisesse fazê-lo conseguiria relativo êxito, pois detinha o ofício de corregedor, profissão essa de significativo status e influência persuasiva nos meios jurídicos da época. Mas, a despeito de tudo isso, Domingos Botelho sempre negava e limitava-se sempre a dizer isso:
“ ─ Eu não determino nada. Faça de conta que o preso Simão não tem aqui parente algum.”
Enquanto a Teresa, sua vida tornara-se terrivelmente obscura e lastimosa também. Seu único entretenimento dentro do convento eram as cartas que escrevia ao detento Simão. A única atividade da rapariga dentro do convento era chorar. Sua tia Constança, a única companhia que tinha no convento, lamentava-se ao ver diariamente sua sobrinha aos prantos por causa de um amor impossível de se materializar.
Graças à ternura e solidariedade de Mariana, Simão tinha com quem contar dentro da prisão. E também deve-se a Mariana o título de ser a intermediadora entre o romance missivista do casal.
Enfim, foi graças a um tio-avô de Simão que o pai deste pôde repensar sua atitude de não ajudar o filho a se livrar da prisão. O nome do tio-avô era a Antônio da Veiga, este que ameçou se matar caso o pai não “mexesse seus pauzinhos” para tirar o filho da forca. Infelizmente, tudo que o corregedor conseguiu foi a substituição do cárcere pela deportação de dez anos do filho para o exílio na Índia.
Mariana decidiu ir com o amado ao exílio. Para ela não restava mais nada na vida a não se o amor que sentia por Simão, já que o pai desta rapariga morrera assassinado por um almocreve. Quanto a Teresa, ao saber da resolução do exílio, enlouquecera. Não poderia imaginar Simão exilado por dez anos.
Enfim, a 17 de março de 1807, sai do cais de Ribeirinha o navio com os 75 degredados, entre eles Simão e Mariana. Teresa, vendo do convento o navio transportando os exilados, suicidara-se.
Simão, consentindo e consciente do destino nefasto que o aguardara, aceita complacentemente seu fado. Após o suicídio de Teresa, chega às mãos de Simão sua derradeira carta com o seguinte parágrafo inicial:
“ ─ É já o meu espírito que te fala, Simão. A tua amiga morreu. A tua pobre Teresa, à hora em que leres esta carta, se me Deus não engana, está em descanso”.
Simão, tempos depois de ler a carta, e já com bastante febre provocada pelo enjôo do mar, falecera no navio pedindo antes que Mariana jogasse todas as cartas que recebera de Teresa ao mar.
É claro que Mariana fez tudo isso conforme seu amado pediu. Só um detalhe: Mariana jogou no mar algo mais que as cartas. Jogou no mar si própria, tentando desesperadamente encontrar ali o corpo cadavélico de Simão que lá estava, arremessado pelos almirantes do navio às ondas do mar. Teresa morrera, pois, abraçada com o corpo do fidalgo em alto mar.
É com este final trágico que Camilo Castelo Branco rematou Amor de Perdição.
Autoria: Everton Roberto Teixeira Barboza

RESENHA CRÍTICA

Universidade Estadual de Montes Claros
Centro de Ciências Humanas
Departamento de Comunicação e Letras
Curso de Letras Português – 4º período / Vespertino
Disciplina: Literatura Portuguesa II
Professora: Dra. Maria Generosa Souto
Acadêmico: Welber Nobre dos Santos

Atividade: Resenha Crítica
Texto: Concepção do Amor e Idealização da Mulher no Romantismo
Considerações a propósito de uma obra de Michelet.
Autora: Emília Viotti da Costa

            Emília Viotti da Costa é uma historiadora e nasceu em São Paulo no ano de 1928. É graduada em História pela USP, fez especialização na França também em História e é doutora pela USP com tese de livre-docência.
            O texto em questão trata da dificuldade em fazer uma reconstituição histórica da forma de pensar e sentir de uma determinada época. Tendo como base a obra de Michelet, que trata justamente do amor e da idealização da mulher, ela leva o leitor a refletir sobre como as concepções mudam com o passar do tempo.
Em um primeiro momento, a autora, Emília Viotti da Costa, tece algumas considerações sobre a dificuldade em retratar os sentimentos e pensamentos de uma determinada época, diz que o historiador corre o risco que generalizar certas ideologias na tentativa de fazer uma reconstituição histórica.
            A autora defende que ao caracterizar o pensamento e sentimentos e um determinado grupo social em uma determinada época não irão faltar documentos históricos que ajudem nessa elaboração, mas o historiador deve ter cuidado na interpretação das palavras, pois a forma não mudou, mas o sentido já não é o mesmo, pois o tempo passou.
            O texto também aborda que, em um trabalho de reconstituição histórica, o historiador não consegue captar a realidade em tudo que ela apresenta, e isso leva à generalização de sentimentos e idéias não levando em conta aquilo que é particular de um determinado grupo social. A autora discorre que, todo o material escrito analisado pelo historiador nem sempre representa o verdadeiro estado de espírito da coletividade, e há obras que soam mais como protesto social do que espelho da realidade vivenciada.
            Emília Viotti ainda destaca que, na reconstituição histórica, nem sempre as obras mais famosas são as que vão melhor representar o pensamento vigente, muitas vezes as de menor valor literário, por estarem mais próximas ao povo melhor representam a realidade social. Outro aspecto ressaltado pela autora é a utilização de textos traduzidos pelos estudiosos, pois na maioria das vezes eles não têm acesso à obra original, isso também deturpa a realidade. As traduções trazem termos atuais que possuem sentidos diferentes dos primitivos na obra original, isso leva aos erros de interpretação.
            De acordo com a autora, outro ponto que interfere na elaboração da reconstituição histórica é a posição filosófica que o historiador assume em seu trabalho de investigação. A autora cita quatro perguntas que ela acredita serem norteadoras na pesquisa do historiador e defende que elas condicionam o resultado do processo investigativo, assim evidencia-se também que o trabalho de reconstituição também passa pelo viés do historiador, subjetividade.
            Assim, Emília Viotti diz que, ao analisar sentimentos e idéias do passado, há uma possibilidade de o historiador também se retratar e colocar em evidência características pessoais dele além do tempo que está estudando.
            Entrando no tema central do texto, que é a concepção do amor e da idealização da mulher no Romantismo, a autora acentua que todas as considerações feitas acerca do trabalho de reconstituição histórica tornam-se compreensíveis.
            Dando prosseguimento ao texto, a autora expõe que, por meio das diversas obras literárias podemos perceber como a maneira de amar e a concepção do amor vai sendo mudada ao longo do tempo. A autora cita o amor na época da cavalaria, no século XVII, que caracteriza bem essa riqueza de diferentes manifestações amorosas.
            Ao introduzir a temática central do texto, a autora levanta uma série de questionamentos que nos levam a refletir sobre até que ponto as obras literárias produzidas durante o período do Romantismo realmente representam a realidade da época. Considero muito interessante o posicionamento da autora quando ela expõe a possível diferença existente entre o ato de sentir e definir o amor, a ideia que se tem de um sentimento e aquilo que realmente se sente, por isso, até hoje encontramos muitas dificuldade quando vamos definir o que é um determinado sentimento, pois, como o próprio nome diz, é algo que se sente, não tem como explicar.
            Outra indagação de Emília que considero muito pertinente é quando ela sugere que muitas vezes o retrato do amor e o jeito que a mulher é caracterizada pelos autores românticos podem estar atrelados somente a alguns grupos, não representando assim uma totalidade social, podemos associar isso à questão da generalização que foi citada no início do texto.
            Todas as considerações feitas pela autora partiram de uma análise feita da obra de Michelet: L’Amour, publicado em 1858. De acordo com o texto, a obra em questão apresenta uma visão do amor e da mulher perfeitamente enquadrada nos moldes do Romantismo e só pode ser compreendida se as características de tal estilo forem levadas em consideração.
            Ao abordar a obra de Michelet, a autora comenta sobre a literatura pré-romântica e cita várias de suas características, como o prazer de se sentir bom, caridoso e meigo, a preferência pelas atitudes suaves. Em contrapartida, na literatura do século XVIII também se manifesta o gosto pela crítica social e moral, voltando-se principalmente contra os preconceitos aristocráticos, diz a autora. Havia uma crítica àqueles casamentos sem amor, que aconteciam somente por uma questão financeira ou social. Todos os aspectos que se evidenciaram na produção literária do século XVIII continuariam no século XIX com a literatura romântica.
            A autora diz que as transformações político-sociais que atingiram o mundo ocidental não acabaram com as características literárias vigentes, pelo contrário, reafirmou-os mais ainda. Falou sobre as novas condições de vida para os homens de letras, a ascensão social que ocorreu nessa classe e como o desenvolvimento da imprensa ajudou na expansão das obras literárias e a propagação das ideias românticas.
            Dando continuidade, Emília faz uma comparação entre o classicismo, onde predomina a razão, e o romantismo, que defende a sensibilidade e a imaginação. A autora cita Coleridge, 1801, que nos faz entender que, a sensibilidade é guia mais seguro do que a razão.
            A autora dedica uma parte do texto para falar sobre as características das obras do Romantismo, cita o casamento e o amor com algo divino e sagrado, que não pode existir a união de um homem com uma mulher se não existir amor. Cita Shelley, que defende que é contra a natureza uma mulher que é fiel ao seu marido se não há amor no casamento.
            Levando em consideração à temática da idealização da mulher, traço marcante do Romantismo, a autora destaca dois tipos de mulheres: a mulher anjo e a mulher demônio. A primeira é purificadora do coração do amante, aproxima-o de Deus, representa o amor salvador, aquele que revela as dimensões do bem. Em contrapartida, a mulher demônio é a figura do demônio, aquela que seduz e que leva o homem somente aos prazeres carnais, enfeitiça, seduz e possui um encanto mágico, é um amor de perdição, uma espécie de maldição e tormento espiritual e psicológico.
            Falando um pouco sobre a obra de Michelet, L’ Amour, a autora diz que a obra resume muitos dos aspectos da concepção do amor e da idealização da mulher típicos do Romantismo. Emília defende que Michelet explicita seus objetivos moralizantes em sua obra, ele a escreve também com o objetivo de denunciar e ajudar a modificar a realidade na qual está vivenciando. Na obra, Michelet apresenta a mulher como frágil e indefesa, atributos que não combinam muito bem com a época em questão, pois o quadro social era de afirmações feministas, de desejos de emancipação política e social da mulher, lutava-se contra qualquer tipo de preconceito. A mulher já ia contra a ideologia social, fumava e bebia.
            Concluo que, a autora Emília Viotti da Costa apresentou muito bem a temática pretendida por ela, a concepção do amor e idealização da mulher no Romantismo. Usando a obra de Michelet, foi muito pertinente os comentários da autora a cerca do mesmo, tendo em vista que a obra em questão coaduna com os propósitos do texto. A autora utilizou de uma linguagem clara e objetiva, o que faz com que o leitor tenha uma clareza maior a cerca do assunto.
           
            Fim!

           
           
           
           
           
           

           
           

           
           





Atividade do Livro Didático sobre o Romantismo em Portugal

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
LITERATURA PORTUGUESA II
ACADÊMICO: WELBER NOBRE DOS SANTOS
ATIVIDADE DO LIVRO DIDÁTICO
O ROMANTISMO EM PORTUGAL

RESPOSTAS
1º EXERCÍCIO (PÁGINAS 38 E 39)

1-O cavaleiro negro propõe aos guerreiros que algum deles pudesse tomar Hermengarda nos braços e a transferir por cima do abismo para a outra margem, isso teria que ser feito por meio de um juramento sobre a cruz da própria espada atestando que não vacilaria em seu feito.

a)Porque nenhum dos guerreiros ousou aceitar a proposta, todos ficaram com os rostos pálidos demonstrando o medo que sentiam em arriscar cumprir aquilo que lhes havia sido pedido.

b)Ele mesmo tomou a mulher nos braços e a resgatou, levando-a para a estreita ponte do Sália.

2-Eurico era ousado, corajoso, não tinha medo de arriscar nas batalhas, gostava de desafios e não pensava duas vezes para agir se a vida de alguém estivesse em risco, o que é próprio de um verdadeiro herói.

3-A mistura de esforço e timidez, de energia e de fraqueza. As heroínas românticas, ao mesmo tempo em que demonstram fortaleza, audácia e ousadia, querem se sentir protegidas pelo seu herói.

4-“E ao proferir o cavaleiro negro o nome de Eurico, a irmã de Pelágio soltou um grito e deu em terra como se fora morta”.

5-“Qual de vós ousa jurar sobre a cruz da sua espada que sem vacilar o fará?”

“Um alarido de muitas vozes o interrompeu: eram os infiéis, que a meia encosta haviam enxergado os fugitivos e que se atiravam para o vale”.

“- Vai seguro o que tentar. A entrada deste recinto é estreita, e os pagãos antes de chegarem ao Sália passarão por cima do meu cadáver”.
           
Os árabes haviam invadido a Península Ibérica, inclusive o convento onde aprisionaram Hermengarda. Os árabes estavam em constante perseguição aos cristãos, iam contra todo princípio de fé católica, a tudo aquilo que a igreja pregava.

6-A coragem, o espírito aventureiro, o espírito romântico, a ousadia nas batalhas, o disfarce, entre outras características. Assim como a figura do Zorro, Eurico usava um disfarce em suas missões aventureiras de guerra, era ousado, não tinha medo do inimigo e não se importava se tivesse que perder a vida para salvar alguém, principalmente se esse alguém fosse a sua amada, isso é tudo é próprio de um herói romântico.

7-Por meio dos filmes, novelas, minisséries, séries e até mesmo desenhos animados, os heróis vem sendo representados de uma forma um pouco diferente daquela vista no período medieval. A figura dos heróis até hoje despertam a atração das pessoas, principalmente das crianças e das mulheres, o Super-Homem, o Homem-Aranha, o Batman e outras figuras tem roubado a atenção no cinema e nas televisões de todo o mundo. Por outro lado, podemos pensar que as mulheres até hoje vivem em busca do seu herói, aquele homem que aguenta o peso das compras do mês, que sabe consertar alguma coisa que quebrou na casa, que lava, passa, cozinha, leva e busca os filhos da escola, que dá carinho, atenção, leva o café na cama, etc.

2º EXERCÍCIO (PÁGINA 42)

1-O campo é retratado como um lugar que transmite paz, um cheiro bom, que possui um ambiente bonito, agradável, com montes, muito verde, um ambiente que exala liberdade e vigor, lugar comparado ao céu. A cidade é vista como o oposto, um inferno que escraviza e um ambiente de fingimentos, de mentira e de vaidades.

2-No século XIX, o mundo passava por várias transformações advindas da Revolução Industrial, a principal característica desse período foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. Com isso, várias pessoas migraram do campo para a cidade, pois precisavam trabalhar e ir em busca de melhores condições de vida.

3-

Texto 1
Texto 2
Qualidades atribuídas à vida no campo.
Lugar tranqüilo, que transmite paz, um aroma agradável, lugar de liberdade, inocência, vigor.
Lugar de harmonia suavíssima e perfeita. Lugar que transmite paz, sossego do espírito e o repouso do coração, saúde.
Comparação entre o ambiente campestre e o paraíso
“E trocar este céu de ventura”.
“Imagina-se por aqui o Éden que o primeiro homem habitou com a sua inocência e com a virgindade do seu coração”.


4-Sim, a visão de Almeida Garrett confirma a teoria de Luiz Roncari. A visão romântica divide o mundo: de um lado temos as cidades, um ambiente totalmente dominado pelo homem e de outro lado temos o ambiente campestre, lugar onde se sente paz e naturalidade, contato com Deus. O homem romântico foge do espaço em que vive.

3º EXERCÍCIO (PÁGINA 45)

1-Baltazar acreditava que as mulheres deveriam obedecer aos homens, pais e depois aos maridos que deveriam ser escolhidos pelos pais, a mulher não tem direito de escolher com quem quer se casar e deve ser submissa.
A mulher descrita por Baltazar não coaduna com a convenção burguesa a respeito do papel da mulher na sociedade, pois ela é vista como alguém que, além de ser responsável pelas tarefas domésticas, cuida da educação dos seus filhos e participa da contabilidade financeira da casa.

2- (a) “Sou um dos criados que minha prima leva em sua companhia. Dois tinha eu há dias, dignos de acompanharem a minha prima; mas esses houve aí um assassinato que mos matou. À falta deles, sou eu que me ofereço”.

“Eu é que me não dispenso de a servir, à falta dos meus dois fiéis criados, que um celerado me matou”.

“Infame, e infame assassino! – replicou Baltazar. – Já fora da minha presença!”

(b) “- Assim devia ser – tornou ela também irônica -, porque os cobardes escondem-se nas costas dos criados, que se deixam matar”. Por meio desse fragmento, Teresa diz que se os empregados de Baltazar haviam sido mortos foi por causa de sua covardia, falta de coragem na luta.

3- (a) Ele mata Baltazar porque ele representa a figura de alguém que sempre tentou impedir que o amor dele e de Tereza se concretizasse. Baltazar representa a figura de um inimigo, inimigo de um amor.

(b) Porque não foge da culpa do assassinato, assume a culpa e se entrega às autoridades da época, age como um verdadeiro herói, um homem digno de respeito, pois tomou para si as suas responsabilidades.

(c) Ele ficou surpreso com a atitude de Simão ao se entregar pelo assassinato e por não tentar fugir da prisão, ele admira a atitude e oferece a Simão uma oportunidade de fuga, pois se ele confessou o crime tinha direito ao indulto.

4- Tereza representa uma mulher que vai contra tudo e contra todos para viver um grande amor com o seu herói. Ela enfrenta o pai, figura de autoridade familiar, e arca com todas as consequências advindas desse enfrentamento, paga o preço por se recusar a casar com outro homem que não seja o grande amor da sua vida.

4º EXERCÍCIO (PÁGINAS 47 E 48)

1-Temos um narrador onisciente. Ele não faz parte do quadro de personagens, mas conhece todos os pensamentos e sentimentos deles, conhece tudo sobre as personagens e sobre o enredo.

2-O despertar do amor em Simão ocorreu de forma muito intensa, refletiu profundamente no seu estado de espírito e mudou totalmente os seus hábitos diários. Ficou totalmente “alienado” e via beleza em todos os lugares que passava. Já com Pedro foi diferente, ele encarou o fato do amor de uma forma mais natural, de forma que não mudaram em nada os seus comportamentos cotidianos, ele viveu a dimensão do amor de uma forma mais “pé no chão” e sem exageros de sofrimentos, o oposto de Simão, que passou por esse processo como se estivesse no “mundo da lua”.

3-O personagem Werther está mais próximo de Simão, pois ele é marcado por uma paixão avassaladora que o deixa totalmente cheio de fantasias e sofrimentos. Ele é correspondido no amor, no entanto não pode consumá-lo devido a sua amada já ser comprometida com outro homem.

5º EXERCÍCIO (PÁGINA 48)

1-O conceito de amor expresso no poema se aproxima do comportamento amoroso de Simão, uma vez que nos versos o eu lírico coloca o amor como algo que não tem como conter, um sentimento inquietante, algo que ele aspira, admira e vê em todos os lugares que avista.

2-O título do poema remeteu-me à complexidade do amor, como esse sentimento é difícil de ser entendido pelo viés da razão, não tem como explicar o amor por meio de teorias, é preciso sentir para entender. A interrogação no título do poema me remete à busca de uma resposta, um questionamento, que a meu ver se refere à falta de explicação para aquilo que é o amor e o que ele causa nas pessoas.

3-O aspecto dos ambientes naturais, um dos focos do Romantismo no que concerne à questão amorosa, é manifestado por meio dos seguintes termos: flor, ventania agreste, mar, águas, cavernas. Esses ambientes naturais remetem a lugares propícios para a vivência do amor, lugares e aspectos que transmitem paz, serenidade e ao mesmo tempo a solidão, que muitas vezes se faz necessária para estar consigo mesmo e entender os próprios sentimentos.

4-O sinal de pontuação mais usado no poema é o de exclamação. Esse sinal nos remete à expressão de emoções, sentimentos, algo intenso e manifestado com veemência. Esse sinal de pontuação, usado de maneira tão repetitiva, nos remete à função expressiva ou emotiva da linguagem, que reflete o estado de ânimo do emissor. Também evidenciamos no poema o uso de várias reticências, que também é um sinal típico no uso da função expressiva da linguagem.

5-O poema é composto por quatro estrofes, cada uma é composta por oito versos, formados por 5 sílabas poéticas, as rimas formam um esquema ABACBDDC.

6º EXERCÍCIO (PÁGINA 53)

1-Tanto o pai de Julieta como o pai de Tereza acreditam ter encontrado o homem certo para suas filhas, pois o que elas realmente amam não é o errado. O Senhor Capuleto e Tadeu argumentam que o homem que eles arranjaram é um exemplo de bom partido, tem tudo que uma jovem da época gostaria que seu marido tivesse. Uma família nobre, riqueza, educação e inteligência são as características que os pais das duas jovens acreditam ser as ideais para que possa casar com suas filhas, os sentimentos não são levados em conta.

2-Os pais ficam nervosos com a atitude das filhas ao recusar o casamento arranjado, sentem vergonha por causa da desobediência e ameaçam as filhas. Um decide mandar a filha para o convento e o outro diz que renegará a paternidade caso a filha não obedece às suas ordens.

3-As reações de Tereza e de Julieta ante a proposta de casamento feita pelos pais são semelhantes, as duas choram e não aceitam se casar com os pretendentes arranjados, preferem passar por qualquer castigo a ter que se unir a um homem que não amam. Tereza coloca o casamento com Baltazar como um sacrifício, e diz que prefere ser morta a casar com ele. Julieta suplica ao pai que lhe escute ao menos uma palavra, mas o pai não quer escutá-la. 

4-Sim. Pois os pais, ao escolherem o marido certo para as filhas, não levam em conta o sentimento delas, quem elas realmente amam, mas são levados por razões sociais, queriam para elas um homem que tivesse as características apontadas como adequadas para a época, rico, de boa família, culto e que não tivesse herança de rivalidade com sua família, como é o caso de Simão e Romeu.

5-Em Amor de Perdição, Simão mata o primo de Tereza, Baltazar, em um conflito que ocorre em frente do convento onde Tereza está encerrada. Simão vai até lá com a intenção de raptá-la, mas se depara com a presença do pai e do primo, ele e Baltazar travam uma discursão que termina em morte, pois Simão, em um entrave entre os dois dispara o gatilho da arma que está com ele e mata Simão.

A morte nesse tipo de trama significa a resolução de tudo, pois é a única forma de não sofrer com a impossibilidade de consumação de um amor impossível.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR (PÁGINA 53)

a)Durante o período do Romantismo, a sociedade européia passou por várias transformações econômicas, políticas e sócias. A Revolução Industrial, o Iluminismo e a Revolução Francesa fizeram com que a mentalidade das pessoas mudasse. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade pregados na época levaram as pessoas a fazerem várias reivindicações e lutar para terem um papel mais ativo na sociedade. No trecho em questão, de Almeida Garrett, ele deixa bem claro que tudo deve ser pelo povo e com o povo, isso vai contra o antigo regime e as propostas de governo que não se importavam com o bem estar das classes menos favorecidas, também fala sobre o século da democracia, isso aponta a mudança de esquema político que aconteceu na época devido as revoluções que tinha como meta a busca de igualdade no que diz respeito aos direitos sociais.

b)A afirmação de Almeida Garrett ainda é valida para os dias atuais, pois a literatura deve ser usada não só como instrumento de prazer, mas também como instrumento de aprendizagem e reflexão social, ao ler uma obra literária temos que fazer uma crítica estética e sociológica, pois o texto é produzido em um determinado contexto histórico e por um sujeito situado em seu tempo. A literatura, assim, pode e deve ser usada para levar o sujeito a pensar sobre o seu papel social e a compreender o meio em que ele está inserido.