quinta-feira, 28 de maio de 2015

FILME OS MISERÁVEIS


FILME "OS MISERÁVEIS"

Os Miseráveis” (Les Misérables), adaptação da grande obra do escritor francês Victor Hugo (1802-1885) passou despercebida pra muita gente ou, pelo menos, foi esquecida na estante de muitos colecionadores de DVDs. Depois de viver 19 anos preso e trabalhando arduamente em pedreira por roubar um pão, Jean Valjean (Liam Neeson) procura uma casa para alimentar-se e se proteger do frio. Dez anos depois, já reintegrado, Valjean é dono de uma fábrica e prefeito da uma cidade. Sua vida pacata é colocada à prova quando o inspetor Javert (Geoffrey Rush), seu algoz dos tempos de pedreiras, é encaminhado para o mesmo distrito em que vive Valjean. Certo de que o prefeito daquele lugar é o mesmo prisioneiro que ele tanto açoitara, Javert fará de tudo para que o bom homem seja desmascarado. Em meio a isso, Valjean ajudará Fantine (Uma Thurman), uma ex-funcionária de sua fábrica, que fora demitida após descobrirem que ela é mãe solteira. Tendo que conseguir dinheiro para sustentar sua filha, Fantine se vê obrigada a vender seus cabelos (no livro ela também vende até os dois dentes da frente) e se torna prostituta. A adaptação para o cinema, feita pelas mãos de Rafael Yglesias (“Água Negra”) tenta encontrar um equilíbrio aceitável ao perpassar a obra. “Os Miseráveis” é claramente dividido em dois polos. Em um, mostra o envolvimento entre Jean Valjean e a prostituta Fantine. No outro, mostra sua relação com Cosette, já crescida, mais ainda com a figura de Javert sempre em seu encalço. No decorrer da história, é perpassado os núcleos que tiveram iguais importância nos escritos de Victor Hugo, como o motim de 1832, as barricadas levantadas na rua Saint-Denis e o poético antagonismo entre Valjean e Javert. Dirigido de maneira acadêmica pelo dinamarquês Bille August, “Os Miseráveis” ilustra muito bem a grande tese de Victor Hugo, tão perspicaz para o contexto histórico de sua época. A grande sacada é a discussão sobre os direitos das pessoas que vivem à margem da sociedade. Até onde vão os seus direitos, visto que são subjugados por não terem bens materiais ou culturais. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário